OS MINAS EM MINAS: TRÁFICO ATLÂNTICO, REDES DE COMÉRCIO E ETNICIDADE: Excetuando-se o caso da Bahia, as rotas de distribuição de escravos procedentes da Costa da Mina para diferentes pontos das capitanias do sul, ao longo do século XVIII, têm sido menosprezadas pelos historiadores do tráfico atlântico1
• Em trabalhos anteriores procurei destacar duas idéias que são o ponto de partida para essa nova reflexão. Em primeiro lugar, ao tratar do tráfico de escravos africanos e das formas de organização desses escravos no cativeiro é indispensável considerar sua diversidade, seja pela identificação étnica, seja por outras identidades configuradas no cativeiro 2
• Ao contrário do que tem sido afirmado pela historiografia, os chamados "mina" não são um grupo étnico e sim o resultado da reorganização de diferentes grupos étnicos procedentes da Costa da Mina que, a partir do século XV. em função da configuração do Império português, passam a ser assim
designados. É o caso dos maki (ou mahi, como são chamados na Bahia) um dos principais grupos étnicos designados no Rio de Janeiro como "mina". Ao longo do século XVIII e mesmo na primeira metade do XIX, pude localizá-los na Bahia, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e em Goiás.
• Ao contrário do que tem sido afirmado pela historiografia, os chamados "mina" não são um grupo étnico e sim o resultado da reorganização de diferentes grupos étnicos procedentes da Costa da Mina que, a partir do século XV. em função da configuração do Império português, passam a ser assim
designados. É o caso dos maki (ou mahi, como são chamados na Bahia) um dos principais grupos étnicos designados no Rio de Janeiro como "mina". Ao longo do século XVIII e mesmo na primeira metade do XIX, pude localizá-los na Bahia, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e em Goiás.
Fonte: Maria de Carvalho Soares Universidade Federal Fluminense - S621 Simpósio Nacional da Associação Nacional de História (20: 1999: Florianópolis) História: fronteiras / Associação Nacional de História. São Paulo: Humanitas / FFLCH / USP: ANPUH, 1999.
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Nota: (Rugendas se encantou particularmente com a ampla variedade de povos africanos no Rio de Janeiro, que captou em sua arte (ver figura). Como relatado por ele, “em um só golpe de vista o artista pode conseguir resultados que, na África, só atingiria através de longas e perigosas viagens a todas as regiões dessa parte do mundo”. ).................................................................................................................................................
Montagem (feita pelo colunista) de retratos de escravos de várias origens geográficas, pintados por Johann Moritz Rugendas no Rio de Janeiro, durante a década de 1820. Cada escravo(a) é identificado(a) por sua etnia, como se segue: (1) Angola, (2) Congo, (3) Bengüela, (4) Monjolo, (5) Cabinda, (6) Quiloa, (7) Rebolo, (8) e (9) Moçambique, (10) Mina. As etnias de 1-5 e 7 são da África central, 8-9 são do sudeste africano e 10 é da África ocidental. A presença de um escravo Quiloa é peculiar, pois essa é uma etnia da África Oriental, região da qual vieram muito poucos escravos para o Brasil. Todos, com exceção da escrava da Mina, falavam dialetos da família Bantu. Fonte: http://migre.me/pAXcF
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