quarta-feira, 22 de abril de 2015

A igreja cristã espalha o racismo (Transcrição)

Uma das primeiras fontes que por escrito e com imagens descreveu a vida em África aos europeus, é um livro do frade Cavazzi, um missionário italiano da ordem dos Capuchinhos, publicado em Bolonha em 1687.
No seu livro, o frade Cavazzi dá a sua aprovação a todas fantasias e preconceitos que dos tempos longínquos existiam na Europa sobre o continente Áfricano e aumenta inclusivamente essas falsidades. Por exemplo conta o frade Cavazzi com todos os pormenores como os africanos são gente que gosta de carna humana e inclui também um desenho com uma cena de canibalismo em que se vê um grupo de africanos a cortar pessoas aos pedaços que são postos a cozer numa panela enorme para a refeição.
Além disso conta-nos o frade Cavazzi que os Áfricanos são gente sempre envolvida em guerras com muitos mortos. O frade Cavazzi escreve que: ”A dança, entre estes barbaros, não tem qualquer motivação no talento virtuoso de exibir movimentos corporais ou agildade de pés, mas apenas objectivos de satisfação depravada de apitites libidinosos”.
É fácil de compreender o impacto negativo que um livro destes teve na Europa do passado.
Mas na realidade o padre Cavazzi não foi o primeiro a fazer propaganda desta. Os primeiros que desde o início foram os propagandistas do racismo e do comércio de escravos foram os papas no Vaticano. Como já contámos foram os papas, que utilizando a sua grande autoridade moral, através das bulas, deram os direitos à classe dominante da Europa de em África ”atacar, conquistar e submeter Sarracenos, pagãos e outros descrentes inimigos de Cristo; a capturar os seus bens e territórios; a reduzi-los à escravatura perpétua”. Além disso os papas deram a todos os que participavam nas guerras e conquistas em África ”a absolvição total de todos os seus pecados” passados e futuros!
Talvez pense o leitor que este tipo de decreto papal foi sómente feito por papas no anos de 1400. Mas não foi assim! Antes de todas as guerras, saqueamentos e massacres, as chamadas conquistas portuguesas, os papas voltaram a repetir a ”absolvição de todos os pecados” que fossem cometidos. Estas declarações marcaram as acções de padres, frades, militares e todos os outros europeus em África e pelo mundo fora durante séculos. Na realidade, nenhum dos cinquenta e seis papas que existiram de 1947 até hoje, anulou ou pelo menos criticou as bula papais que fizeram do homem negro em África um objecto de caça que se podia matar ou condenar a escravatura prepétua. Na realidade, se considerarmos as formalidades da igreja cristã, ainda hoje essa bulas criminosas são válidas!
No passado as declarações dos papas tinham uma importancia muito grande nos conceitos e ideologias dos europeus. Mas a importancia das declarações dos papas nas vida e actividades dos religiosos em África e na sua maneira de considerar os africanos eram ainda mais importante. Quem estudar a verdadeira história de África vai encontrar uma história das actividades das igrejas e os missionários que é completamente diferente da história que as igrejas hoje pretendem impingir.
Os padres e frades andaram sempre de mão dadas com os saqueadores conquistadores e tiveram sempre os mesmos preconceitos raciais que estes tinham. Entre os religiosos em África existia desde o pricipio dos anos 1500 a concepção geral de que a ”melhor pregação” era feita com ”a espada e a barra de ferro”.
Assim explicava numa carta em 1563, o padre jesuita Anchieta (que em 1980 foi beatizado, declarado santo, pelo papa João Paulo II!), os métodos que os religiosos no Brasil utilizavam contra os índios. O santo Anchieta escrevia que ”…para este género de gente não há melhor pregação do que a espada e vara de ferro, porque para esta gente, mais que qualquer outra, tem que ser compelle eos intrare”. Anchieta faz aqui uma citação da bíblia, Lucas XIV 23 – compelle eos intrare – significa obrigar as pessoas a entrar, obrigar as pessoas a converterem-se à igreja cristã.  Fonte: http://migre.me/pA5ta
 

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